quarta-feira, 28 de novembro de 2012

CENSO DEMOGRAFICO

  O censo ou recenseamento demográfico é um estudo estatístico referente a uma população que possibilita a recolha de várias informações, tais como o número de habitantes, o número de homens, mulheres, crianças e idosos, onde e como vivem as pessoas, profissão, entre outras coisas. Esse estudo é realizado, normalmente, de dez em dez anos, na maioria dos países.
Segundo a definição da ONU, "um recenseamento de população pode ser definido como o conjunto das operações que consistem em recolher, agrupar e publicar dados demográficos, econômicos e sociais relativos a um momento determinado ou em certos períodos, a todos os habitantes de um país ou território.
   Censos no mundo
Os chineses e romanos elaboraram os primeiros censos conhecidos. A finalidade deste trabalho na época era militar e fiscal.
O mais remoto censo que se tem notícia é o da China, que teria ocorrido em 2238 a.C., quando o imperador Yao mandou realizar um censo da população e das lavouras cultivadas. Há ainda registros de um censo realizado na época pouco anterior a de Moisés, cerca de 1700 a.C., e de que os egípcios faziam recenseamentos anualmente, no século XVI a.C.
Na Antiga Roma era o censor que mantinha o moral público, e levava ao governo central as informações sobre o estado geral da população.
Algumas obras dizem que foi no século XVII a primeira tentativa de elaborar um censo por um Estado, executando de forma organizada a contagem fidedigna da população. Documentado, porém, sabe-se que foi na Suécia no ano de 1749, já no século XVIII, que foi elaborado o primeiro recenseamento demográfico de maneira que permitisse conhecer com precisão o número e a classe social de seus cidadãos.
A nível internacional, a partir do século XX tentou-se que os países que ainda não o haviam feito, realizassem uma contagem periódica da população, recomendando-se que por acordo internacional, se adoptassem regras comuns na recolha, apuramento e apresentação dos dados, de modo a tomar validas as comparações que se pudessem vir a fazer entre as estatísticas de diferentes países.
Durante a Segunda Guerra Mundial muitos países, devido aos conflitos, viram-se impedidos de realizar recenseamentos periódicos da sua população. Depois da guerra os seus governos, obrigados a enfrentar os problemas políticos, económicos e sociais dela decorrentes, sentiram necessidade de possuir informações actualizadas sobre o volume e as características das populações sob suas administrações. Depois da Guerra Mundial foi feito o Censo das Américas. Este foi um programa de recenseamento simultâneo para vários países americanos promovido pelo IASI, no qual o Brasil participou.
Em alguns países, as pessoas não querem ser recenseadas. Existe alguma polémica sobre se a realização de recenseamentos é uma prática aceitável, ou se por outro lado é uma intromissão do Governo. Esta situação muitas vezes leva certos países a procurar alternativas, o que pode comprometer a veracidade dos resultados. Em alguns destes países, são utilizados os registos normais de população, como o registo civil (i.e. bilhete de identidade), da carta de condução, ou de um registo camarário especial que as pessoas são obrigadas a fazer. Assim, é possível saber o número de pessoas, mas não é fácil obter informação tão extensiva com a que se consegue com um recenseamento de população.

 Exemplos da história

Na Antiga Roma efetuava-se o recenseamento de quatro em quatro anos por questões religiosas. Era uma época de festas dos deuses, com o intuito de obterem a protecção destes e evitarem uma possível punição. Todos deveriam estar presentes nesta festa, sob pena de perderem a cidadania romana. O recenseamento era um modo de saber a situação, no momento de classe social.
Na Idade Média e no início dos tempos modernos, não eram muito frequentes pela falta de uma estrutura administrativa conveniente e pela oposição e resistência de uma população receosa das consequências de tais operações. Fizeram-se algumas contagens da população com base no número de casa|fogos [carece de fontes?].
No século XVIII começaram a efectuar-se recenseamentos em países como a Islândia e a Noruega.
A partir de 1790 nos Estados Unidos da América, por decisão do Congresso dos Estados Unidos da América|Congresso, foram decretados os recenseamentos de 10 em dez anos com fins políticos, procurando saber-se o número de deputados que se podia eleger em cada região, pois o número varia consoante a população. Este passo dos EUA vai ter repercussões em Inglaterra e França.

 Censo no Brasil

No Brasil, o responsável pelos censos é o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), desde 1936, quando o instituto foi criado, realizando em média a cada dez anos o Censo Demográfico. O primeiro censo foi realizado no ano de 1872, seguido pelos de 1890, 1900 e 1920.
Os censos demográficos são planejados para serem executados nos anos de finais zero, ou seja, a cada dez anos. Desta forma o último censo realizado no Brasil foi no ano de 2010. No intervalo entre dois censos demográficos, realiza-se a contagem de população. Todavia, por questões orçamentárias e financeiras, a contagem planejada para 2005 só foi concretizada em 2007, realizando-se simultaneamente ao Censo Agropecuário.[1]

 Censo em Portugal

Em Portugal, as primeiras contagens populacionais recuam ao tempo de D. Afonso III (1260–1279) e D. João I (1421–1422), restringindo-se ao apuramento dos homens aptos para a guerra («Rol de Besteiros»).[2] A primeira contagem populacional de âmbito geral seria feita apenas em 1527, no reinado de D. João III, com base predominantemente nos fogos, do que resultou um arrolamento de 1 262 376 portugueses.[3] Outras recolhas se seguiram, de âmbito geral ou restrito, como a «Contagem de Homens Válidos» ou «Resenha de Gente de Guerra» de 1636–1639 (sob Filipe III), o «Censo do Marquês de Abrantes» de 1732–1736 (sob D. João V) ou o «Censo de Pina Manique» de 1776–1798 (sob D. Maria I)[2][3]
As primeiras contagens da população que se aproximam do conceito moderno de recenseamento só apareceram no século XIX. A primeira destas (Censo de 1801) foi feita com base em números fornecidos pelas autoridades eclesiásticas das paróquias, opção da Coroa explicável pelo facto de que, em contraste com a debilidade da presença do Estado, a Igreja mantinha registos detalhados do percurso dos indivíduos (baptismos, casamentos, óbitos).[4] Nestas condições, os dados enviados reflectiam a organização eclesiástica da altura (dioceses, isentos e paróquias), tendo a Coroa solicitado a reordenação dos dados segundo as circunscrições administrativas de então (províncias, comarcas e concelhos).[5]
Apesar do reforço dos poderes e da presença do Estado a seguir às Reformas Liberais (que dividiu o país em províncias, distritos, concelhos e freguesias), a máquina administrativa continuou débil ao nível local, pelo que no censo de 1849 foi ainda necessário recorrer aos párocos como fonte primária de informação.[6]
O I Recenseamento Geral da população portuguesa, regendo-se pelas orientações internacionais da época (Congresso Internacional de Estatística de Bruxelas de 1853), realizar-se-ia apenas em 1864, marcando o início dos recenseamentos da época moderna. Embora as orientações seguidas indicassem já que os recenseamentos deveriam ser realizados a cada 10 anos, o censo seguinte apenas se realizou em 1878, seguindo-se-lhe o de 1890. A partir de então os recenseamentos da população têm vindo a realizar-se, com algumas excepções (ditadas por diferentes circunstâncias), em intervalos regulares de 10 anos[2][7]: 1900, 1911[8], 1920, 1930, 1940, 1950, 1960, 1970, 1981[9], 1991, 2001 e 2011.

 Em outros países lusófonos

Em Moçambique, Angola, Guiné Portuguesa e Timor Português foram realizados recenseamentos durante o período colonial, em 1930 em Moçambique, e em 1950 nos outros. Actualmente, em Portugal e em Moçambique, os responsáveis pelos censos são os Institutos Nacionais de Estatística de cada país.

 Características do recenseamento

  1. É projectado e executado sob os auspícios (protecção, direcção, conselho…) do Governo, logo, obrigatório responder;
  2. Universal - são contados uma única vez todos os habitantes do território;
  3. Simultaneidade de recolha de informações, que se referem todas a um período bem determinado. Isto é, realizado ao mesmo tempo em todas as zonas do país, para evitar duplas contagens.
  4. Recolha com base no indivíduo, das informações nele contidos sobre a população recenseada- as pessoas são contadas na sua residência e são criados boletins para cada indivíduo.
  5. Âmbito territorial bem delimitado, em que assenta a contagem da população- realiza-se o recenseamento no território de um país, podendo fazer-se em embaixadas (que são consideradas território de um país) e pessoas que vão a bordo de aviões portugueses, etc, no dia do recenseamento.
  6. Elaboração periódica dos dados- hoje em dia os dados não são guardados em segredo, encontrando-se à disposição de todos.
  7. Realização periódica (habitualmente, de 10 em 10 anos).
A contagem e a recolha periódica de informações relativas à população não é algo de novo. Ao longo da História do Homem têm-se registrado esforços para recolher periodicamente informações relativas à população.

 Fases do recenseamento

  1. Planejamento e preparação;
  2. Notação e recolha;
  3. Compilação e verificação;
  4. Apuramento e publicação dos dados.

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