terça-feira, 4 de dezembro de 2012

amazonia

A Amazônia (português brasileiro) ou Amazónia (português europeu) (também chamada de Floresta Amazônica, Selva Amazônica, Floresta Equatorial da Amazônia, Floresta Pluvial ou Hileia Amazônica) é uma floresta latifoliada úmida que cobre a maior parte da Bacia Amazônica da América do Sul. Esta bacia abrange sete milhões de quilômetros quadrados, dos quais cinco milhões e meio de quilômetros quadrados são cobertos pela floresta tropical. Esta região inclui territórios pertencentes a nove nações. A maioria das florestas está contida dentro do Brasil, com 60% da floresta, seguido pelo Peru com 13% e com pequenas quantidades na Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, Guiana, Suriname e França (Guiana Francesa). Estados ou departamentos de quatro nações têm o nome de Amazonas por isso. A Amazônia representa mais da metade das florestas tropicais remanescentes no planeta e compreende a mais biodiversa de floresta tropical do mundo. É um dos seis grandes biomas brasileiros.
No Brasil, para efeitos de governo e economia, a Amazônia é delimitada por uma área chamada "Amazônia Legal" definida a partir da criação da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM), em 1966. É chamado também de Amazônia o bioma que, no Brasil, ocupa 49,29% do território e abrange três (Norte, Nordeste e Centro-Oeste) das cinco divisões regionais do país, sendo o maior bioma terrestre do país. Uma área de seis milhões de hectares no centro de sua bacia hidrográfica, incluindo o Parque Nacional do Jaú, foi considerada pela UNESCO, em 2000 (com extensão em 2003), Patrimônio da Humanidade.
A Floresta Amazônica foi pré-selecionada em 2008 como candidata a uma das Novas 7 Maravilhas da Natureza pela Fundação Sete maravilhas do mundo moderno. Em fevereiro de 2009, a Amazônia foi classificada em primeiro lugar no Grupo E, a categoria para as florestas, parques nacionais e reservas naturais.[1]
   Etimologia
O nome Amazônia deriva de "amazonas", mulheres guerreiras da Mitologia grega. Segundo a lenda, as amazonas pertenciam a uma tribo, comandada por Hipólita, que não aceitava homens: as crianças de sexo masculino eram mortas ao nascer. Amazona significa a=sem, mazôn=centro ou sem centro, em grego [carece de fontes?]. Quando Francisco de Orellana [2] desceu o rio em busca de ouro, descendo os Andes em 1541, deparou-se com as índias icamiabas. A belicosa vitória das icamiabas contra os invasores espanhóis foi tamanha que o fato foi narrado ao rei Carlos V de Habsburgo, o qual, inspirado nas guerreiras hititas [3] ou amazonas, batizou o rio de Amazonas. Amazonas é o nome dado pelos gregos às mulheres guerreiras. O termo Amazônia, no sentido de região, foi utilizado pela primeira vez em "O País das Amazonas", do Barão Santa Anna Néri (1899).

[editar] História

A floresta provavelmente se formou durante o período Eoceno. Ela apareceu na sequência de uma redução global das temperaturas tropicais do Oceano Atlântico, quando ele tinha alargado o suficiente para proporcionar um clima quente e úmido para a bacia amazônica. A floresta tropical tem existido por pelo menos 55 milhões de anos e a maior parte da região permaneceu livres por biomas do tipo savanas por, pelo menos, até a Era do Gelo Atual, quando o clima era mais seco e as savanas mais generalizadas.[4][5]
Após o evento da Extinção Cretáceo-Paleogeno, a subsequente extinção dos dinossauros e o clima mais úmido permitiram que a floresta tropical se espalhasse por todo o continente. Entre 65-34 milhões de anos atrás, a floresta se estendia até o sul do Paralelo 45 S. Flutuações climáticas durante os últimos 34 milhões anos têm permitido que as regiões de savana se expandam para os trópicos. Durante o período Oligoceno, por exemplo, a floresta tropical atravessou a faixa relativamente estreita que ficava em sua maioria acima da latitude 15 °N. Expandiu-se novamente durante o Mioceno Médio e, em seguida recolheu-se a uma formação na maior parte do interior no último máximo glacial.[6] No entanto, a floresta ainda conseguiu prosperar durante estes períodos glaciais, permitindo a sobrevivência e a evolução de uma ampla diversidade de espécies.[7]
Durante Mioceno Médio acredita-se que a bacia de drenagem da Amazônia foi dividida ao longo do meio do continente pelo Arco de Purus. A água no lado oriental fluiu para o Atlântico, enquanto a água à oeste fluiu em direção ao Pacífico através da Bacia do Amazonas. Com o crescimento do Andes, no entanto, uma grande bacia foi criada em um lago fechado, agora conhecida como a Bacia do Solimões. Dentro dos últimos 5-10 milhões de anos, esta acumulação de água rompeu o Arco de Purus, juntando-se em um fluxo único em direção ao leste do Atlântico.[8][9]
Há evidências de que tenha havido mudanças significativas na vegetação da floresta tropical amazônica ao longo dos últimos 21.000 anos através do Último Máximo Glacial (UMG) e a subsequente deglaciação. Análises de depósitos de sedimentos de paleolagos da Bacia do Amazonas indicam que a precipitação na bacia durante o UMG foi menor do que a atual e isso foi quase certamente associado com uma cobertura vegetal tropical úmida reduzida na bacia.[10] Não há debate, no entanto, sobre quão extensa foi essa redução. Alguns cientistas argumentam que a floresta tropical foi reduzida para pequenos e isolados refugia, separados por floresta aberta e pastagens;[11] outros cientistas argumentam que a floresta tropical permaneceu em grande parte intacta, mas muito se estendeu muito menos para o norte, sul e leste do que é visto hoje.[12] Este debate tem-se revelado difícil de resolver porque as limitações práticas de trabalho na floresta tropical significam que a amostragem de dados é tendenciosa de acordo com a distância do centro da bacia amazônica e ambas as explicações são razoavelmente bem apoiadas pelos dados disponíveis.

[editar] Presença humana

Com base em evidências arqueológicas de uma escavação em Caverna da Pedra Pintada, habitantes humanos se estabeleceram na região amazônica, pelo menos, 11.200 anos atrás.[13] O desenvolvimento posterior levou a assentamentos pré-históricos tardios ao longo da periferia da floresta em 1.250 AD, o que induziu a alterações na cobertura florestal.[14] Os biólogos acreditam que uma densidade populacional de 0,2 habitantes por quilômetro quadrado é o máximo que pode ser sustentado na floresta através da caça. Por isso, a agricultura é necessária para hospedar uma população maior.[15] O primeiro europeu a percorrer o comprimento do rio Amazonas integralmente foi Francisco de Orellana em 1542.[16]
O primeiro ser humano no mundo a sobrevoar a selva amazônica, o inferno verde, foi uma mulher brasileira, Ada Rogato; um voo solitário, sem rádio, monomotor, apenas com uma bússola, em 1956 [17][18][19][20][21].

[editar] Geografia

Imagem de satélite da floresta Amazônica.
A Amazônia é uma das três grandes florestas tropicais do mundo e a maior floresta delas, enquanto perde em tamanho para a taiga siberiana que é uma floresta de coníferas, árvores em forma de cones, os pinheiros.[carece de fontes?]
A floresta Amazônica possui a aparência, vista de cima, de uma camada contínua de copas largas, situadas a aproximadamente 30 metros acima do solo. A maior parte de seus cinco milhões de km², ou 42% do território brasileiro, é composta por uma floresta que nunca se alaga, em uma planície de 130 a 200 metros de altitude, formada por sedimentos do lago Belterra, que ocupou a bacia Amazônica entre 1,8 milhões e 25 mil anos atrás. Ao tempo em que os Andes se erguiam, os rios cavaram seu leito.[carece de fontes?]

[editar] Clima

No Pleistoceno o clima da Amazônia alternou-se entre frio-seco, quente-úmido e quente-seco. Na última fase frio-seca, há cerca de 18 ou 12 mil anos, o clima amazônico era semi-árido, e o máximo de umidade ocorreu há sete mil anos. Na fase semi-árida predominaram as formações vegetais abertas, como cerrado e caatinga, com "refúgios" onde sobrevivia a floresta. Atualmente o cerrado subsiste em abrigos no interior da mata.[carece de fontes?]
Atualmente, o clima na floresta Amazônica é equatorial, quente e úmido, devido à proximidade à Linha do Equador (contínua à Mata Atlântica), com a temperatura variando pouco durante o ano. As chuvas são abundantes, com as médias de precipitação anuais variando de 1 500 mm a 1 700 mm, podendo ultrapassar 3 000 mm na foz do rio Amazonas e no litoral do Amapá. O período chuvoso dura seis meses.[carece de fontes?]

[editar] Solo

O solo amazônico é bastante pobre, contendo apenas uma fina camada de nutrientes. Contudo, a flora e fauna mantêm-se em virtude do estado de equilíbrio (clímax) atingido pelo ecossistema. O aproveitamento de recursos é ótimo, havendo o mínimo de perdas. Um claro exemplo está na distribuição acentuada de micorrizas pelo solo, que garantem às raízes uma absorção rápida dos nutrientes que escorrem da floresta com as chuvas. Também, forma-se no solo uma camada de decomposição de folhas, galhos e animais mortos, rapidamente convertidos em nutrientes e aproveitados antes da lixiviação. Tal conversão dá-se pelo fato de os fungos ali encontrados serem saprofíticos.[carece de fontes?]

[editar] Biodiversidade

Araracanga, ave natural da América tropical.
Desmatamento na Amazônia ameaça a muitas espécies de rãs de árvore, que são muito sensíveis às mudanças ambientais (foto:Sapo Verde).
Florestas tropicais úmidas são biomas muito biodiversos e as florestas tropicais da América são consistentemente mais biodiversas do que as florestas úmidas da África e Ásia.[22] Como a maior extensão de floresta tropical da América, as florestas tropicais da Amazônia têm inigualável biodiversidade. Um em cada dez espécies conhecidas no mundo vive na Floresta Amazônica.[23] Esta constitui a maior coleção de plantas vivas e espécies animais no mundo.
A região é o lar de cerca de 2,5 milhão de espécies de insetos,[24] dezenas de milhares de plantas e cerca de 2.000 aves e mamíferos. Até o momento, pelo menos 40.000 espécies de plantas, 3.000 de peixes, 1.294 aves, 427 mamíferos, 428 anfíbios e 378 de répteis foram classificadas cientificamente na região.[25] Um em cada cinco de todos os pássaros no mundo vivem nas florestas tropicais da Amazônia. Os cientistas descreveram entre 96.660 e 128.843 espécies de invertebrados só no Brasil.[26]
A diversidade de espécies de plantas é a mais alta da Terra, sendo que alguns especialistas estimam que um quilômetro quadrado amazônico pode conter mais de mil tipos de árvores e milhares de espécies de outras plantas superiores. De acordo com um estudo de 2001, um quarto de quilômetro quadrado de floresta equatoriana suporta mais de 1.100 espécies de árvores.[27]
Um quilômetro quadrado de floresta amazônica pode conter cerca de 90.790 toneladas métricas de plantas vivas. A biomassa da planta média é estimada em 356 ± 47 toneladas ha−1.[28] Até o momento, cerca de 438 mil espécies de plantas de interesse econômico e social têm sido registradas na região, com muitas mais ainda a serem descobertas ou catalogadas.[29]
A área foliar verde das plantas e árvores na floresta varia em cerca de 25%, como resultado de mudanças sazonais. Essa área expande-se durante a estação seca quando a luz solar é máxima, então sofre uma abscisão durante a estação úmida nublada. Estas mudanças fornecem um balanço de carbono entre fotossíntese e respiração.[30]
A floresta contém várias espécies que podem representar perigo. Entre as maiores criaturas predatórias estão o jacaré-açu, onça-pintada (ou jaguar), suçuarana (ou puma) e a sucuri. No rio Amazonas, enguias elétricas podem produzir um choque elétrico que pode atordoar ou matar, enquanto as piranhas são conhecidas por morder e machucar seres humanos. Em suas águas também é possível observar um dos maiores peixes de água doce do mundo, o Pirarucu.[31] Várias espécies de sapos venenosos secretam toxinas lipofílicas alcalóides através de sua carne. Há também inúmeros parasitas e vetores de doenças. Morcegos-vampiros habitam na floresta e podem espalhar o vírus da raiva.[32] Malária, febre amarela e dengue também podem ser contraídas na região amazônica.
A fauna e flora amazônicas foram descritas no impressionante Flora Brasiliensis (15 volumes), de Carl von Martius, naturalista austríaco que dedicou boa parte de sua vida à pesquisa da Amazônia, no século XIX. Todavia, a diversidade de espécies e a dificuldade de acesso às copas elevadas tornam ainda desconhecida grande parte das riquezas faunísticas.

[editar] Vegetação

Paisagem da Amazônia à oeste de Manaus, Brasil.
A Amazônia é uma das três grandes florestas tropicais do mundo. A hileia amazônica (como a definiu Alexander von Humboldt) possui a aparência, vista de cima, de uma camada contínua de copas, situadas a aproximadamente 50 metros do solo.
Existem três tipos de floresta da Amazônia. As duas últimas formam a Amazônia brasileira: florestas montanhosas andinas, florestas de terra firme e florestas fluviais alagadas. A floresta de terra firme, que não difere muito da floresta andina, exceto pela menor densidade, está localizada em planaltos pouco elevados (30-200m) e apresenta um solo extremamente pobre em nutrientes. Isto forçou uma adaptação das raízes das plantas que, através de uma associação simbiótica com alguns tipos de fungos, passaram a decompor rapidamente a matéria orgânica depositada no solo, a fim de absorver os nutrientes antes deles serem lixiviados. A floresta fluvial alagada também apresenta algumas adaptações às condições do ambiente, como raízes respiratórias, que possuem poros que permitem a absorção de oxigênio atmosférico. As áreas localizadas em terrenos baixos e sujeitos a inundações periódicas por águas brancas ou turvas, provenientes de rios de regiões ricas em matéria orgânica, são chamadas de florestas de várzea. E as áreas alagadas por águas escuras, que percorrem terras arenosas e pobres em minerais e que assumem uma coloração escura devido à matéria orgânica presente, são chamadas de florestas de igapó. A oscilação do nível das águas pode chegar a até dez metros de altura.
A dificuldade para a entrada de luz pela abundância de copas faz com que a vegetação rasteira seja muito escassa na Amazônia, bem como os animais que habitam o solo e precisam desta vegetação. A maior parte da fauna amazônica é composta de animais que habitam as copas das árvores, entre 30 e 50 metros.
A diversidade de espécies, porém, e a dificuldade de acesso às altas copas, faz com que grande parte da fauna ainda está desconhecida. A fauna e flora amazônicas foram descritas no impressionante Flora Brasiliensis (15 volumes), de Carl von Martius, naturalista austríaco que dedicou boa parte de sua vida à pesquisa da Amazônia, no século XIX.

[editar] Rio Amazonas

O rio Amazonas é um grande rio sul-americano que nasce na Cordilheira dos Andes, no lago Lauri ou Lauricocha, no Peru e desagua no Oceano Atlântico, junto à Ilha do Marajó, no Brasil. Ao longo de seu percurso ele recebe os nomes Tunguragua, Apurímac, Marañón, Ucayali, Amazonas (a partir da junção do rios Marañon e Ucayali, no Peru), Solimões e novamente Amazonas (a partir da junção do rios Solimões e Negro, no Brasil). Por muito tempo se acreditou ser o Amazonas o rio mais caudaloso do mundo e o segundo em comprimento,[33] porém pesquisas recentes o apontam também como o rio mais longo do mundo..[33][34] É o rio com a maior bacia hidrográfica do mundo, ultrapassando os 7 milhões de km², grande parte deles de selva tropical.
A área coberta por água no Rio Amazonas e seus afluentes mais do que triplica durante as estações do ano. Em média, na estação seca, 110 000 km² estão submersas, enquanto que na estação das chuvas essa área chega a ser de 350 000 km². No seu ponto mais largo atinge na época seca 11 km de largura, que se transformam em 45 km na estação das chuvas.

[editar] Desmatamento

Imagem de satélite de queimadas e desmatamento em Rondônia.
O desmatamento é a conversão de áreas florestais para áreas não florestadas. As principais fontes de desmatamento na Amazônia são assentamentos humanos e o desenvolvimento da terra.[35] Antes do início dos anos 1960, o acesso ao interior da floresta era muito restrito e a floresta permaneceu basicamente intacta.[36] Fazendas estabelecidas durante a década de 1960 eram baseados no cultivo e corte e no método de queimar. No entanto, os colonos eram incapazes de gerir os seus campos e culturas por causa da perda de fertilidade do solo e a invasão de ervas daninhas.[37] Os solos da Amazônia são produtivos por apenas um curto período de tempo, o que faz com que os agricultores estejam constantemente mudando-se para novas áreas e desmatando mais florestas.[37] Estas práticas agrícolas levaram ao desmatamento e causou extensos danos ambientais..[38] O desmatamento é considerável e áreas desmatadas de floresta são visíveis a olho nu do espaço exterior.
Entre 1991 e 2000, a área total de floresta perdida na Amazônia subiu de 415.000 para 587.000 quilômetros quadrados, com a maioria da floresta desmatada sendo transformada em pastagens para o gado.[39] Setenta por cento das terras anteriormente florestadas da Amazônia e 91% das terras desmatadas desde 1970 é usada para pastagem de gado.[40][41] Além disso, o Brasil é atualmente o segundo maior produtor mundial de soja depois dos Estados Unidos. As necessidades dos agricultores de soja têm sido usadas ​​para validar muitos dos projetos de transporte controversos que estão atualmente em desenvolvimento na Amazônia. As duas primeiras rodovias com sucesso abriram a floresta tropical e levaram ao aumento do desmatamento. A taxa de desmatamento médio anual entre 2000 e 2005 (22.392 km² por ano) foi 18% maior do que nos últimos cinco anos (19.018 km² por ano).[42] O desmatamento tem diminuído significativamente na Amazônia brasileira desde 2004.[43]
Entretanto, segundo o relatório Assessment of the Risk of Amazon Dieback feito pelo Banco Mundial, cerca de 75% da floresta pode ser perdido até 2025.[carece de fontes?] Em 2075, podem restar apenas 5% de florestas no leste da Amazônia.[carece de fontes?] O processo é resultado de desmatamento, mudanças climáticas e queimadas.[carece de fontes?]

[editar] Cultura

[editar] Lendas

Diversas são as lendas relacionadas à Amazônia. O Eldorado, uma cidade cujas construções seriam todas feitas de ouro maciço e cujos tesouros existiriam em quantidades inimagináveis, e o lago Parima (supostamente a Fonte da juventude). Provavelmente estas duas lendas referem-se à existência real do Lago Amaçu, que tinha uma pequena ilha coberta de xisto micáceo, um material que produz forte brilho ao ser iluminado pela luz do Sol e que produzia a ilusão de riquezas aos europeus.

biosfera

Biosfera (do grego βίος, bíos = vida; e σφαίρα, sfaira = esfera; esfera da vida) é o conjunto de todos os ecossistemas da Terra. O termo foi introduzido em 1875 pelo geólogo austríaco Eduard Suess. Foi criado por analogia com outros conceitos que já existiam para nomear partes da estrutura interna da Terra, tais como litosfera (o conjunto dos sólidos da Terra), atmosfera (o conjunto dos gases da Terra) e hidrosfera (o conjunto das águas da Terra). Seguindo a mesma lógica, o termo biosfera designa o conjunto dos seres vivos da Terra e seus habitats.
 Biociclos, biócoros e biomas
Biomas
Biomas terrestres
01. Florestas tropicais e subtropicais húmidas
02. Florestas tropicais e subtropicais secas
03. Florestas tropicais e subtropicais de coníferas
04. Floresta decídua temperada
05. Floresta temperada de coníferas
06. Taiga/Floresta boreal
07. Pastagens, savanas e matagais tropicais e subtropicais
08. Pastagens, savanas e matagais temperados
09. Savanas e campos inundados
10. Pastagens e matagais de montanha
11. Tundra
12. Floresta mediterrânea de bosques e arbustos
13. Desertos e matagais xéricos
14. Mangais
Polar
Mar e costas temperadas
Afloramento temperado
Afloramento tropical
Coral tropical
Profundezas do oceano
Fontes frias
Fontes hidrotermais
Zona bentónica
Zona pelágica
Zona abissal
Outros biomas
Zona endolítica
O conceito de biosfera pode ser interpretado como o conjunto formado pelos diferentes ecossistemas. Tendo em vista a abrangência dessa conceituação, costuma-se dividir a biosfera nos chamados biociclos, que representam conjuntos de ecossistemas dentro da biosfera. Os biociclos, por sua vez, são divididos em biócoros que podem se dividir em biomas. Existem três tipos de biociclos: epinociclo, talassociclo e limnociclo.[1]

 Epinociclo

O epinociclo é o biociclo terrestre. É o conjunto dos seres vivos que vivem sobre terra firme e apresenta quatro biócoros bem distintos: as florestas, as savanas, os campos e os desertos.[1]
A biócora da floresta aparece em diversos biomas diferentes, exemplos:[1]
Alguns exemplos de biomas que apresentam a biócora da savana:[1]
Alguns exemplos de biomas que apresentam o biócoro do campo:[1]
Alguns exemplos de biomas que apresentam o biócoro do deserto:[1]

 Talassociclo

O talassociclo é o biociclo marinho. É o conjunto dos seres vivos que vivem em água salgada representados pelo plâncton, nécton e benton. Os plânctons são seres microscópicos, tanto como o fitoplâncton quanto o zooplâncton; os néctons são os seres vivos macroscópicos que nadam livremente como, por exemplo, os peixes, os golfinhos etc. Os bentons são os seres vivos que passam a maior parte do tempo parados afixados nas rochas ou enterrados na areia do fundo dos mares e oceanos como, por exemplo, corais, ostras, mariscos etc. O talassociclo apresenta três biócoros distintos:[1]
  • Biócoro da zona nerítica, que vai da superfície a até 200 metros de profundidade;
  • Biócoro da zona batial, que vai de 200 a até 2000 metros de profundidade;
  • Biócoro da zona abissal, que vai de 2000 a até o fundo do oceano em profundidades que variam em torno de 11.000 metros abaixo da superfície dos oceanos.

 Limnociclo

O limnociclo é o biociclo dulcícola, ou seja, é o conjunto dos seres vivos que vivem em água doce e apresenta dois biócoros distintos:[1]
  • O biócoro das águas lênticas: Águas lênticas são águas paradas como pântanos, brejos, poças de água e lagoas de água doce e parada;
  • O biócoro das águas lóticas: Águas lóticas são águas correntes como riachos, ribeirões, rios e lagos de água doce e corrente.

 Espectro biológico

O Espectro biológico é a representação dos níveis de organização da vida.

 O Homem e a Biosfera

Planisfério evidenciando as regiões terrestres e marinhas de maior produtividade.
O homem, como ser vivo faz parte da biosfera, interage com os outros seres vivos mantendo relações ecológicas com eles, algumas vezes de forma harmônica mas na maioria das outras vezes de forma desarmônica, com isso causando constantes prejuízos para a vida da biosfera em geral. A devastação de até biomas inteiros, a pesca abusiva, a substituição dos ecossistemas naturais por áreas destinadas a monoculturas e pecuária, o agronegócio em geral. Os seres vivos não domesticados dependem uns dos outros nos ecossistemas e mantêm relações específicas entre uns e outros e todos eles também interagindo com o meio ambiente onde vivem, se o meio ambiente desaparece para ceder lugar aos agronegócios humanos todos aqueles seres vivos endêmicos daquela região, são extintos. O homem moderno e civilizado é adaptado apenas para viver em sociedade e dentro das cidades, ele consegue viajar e acampar temporariamente em quase todos os lugares do planeta mas, não consegue mais se adaptar à vida dos indígenas, ficou impossível para o homem moderno voltar a viver nú na natureza. Cada ser vivo tem um ambiente em que se adapta melhor e se o ecossistema em que ele vive for modificado pelo homem, a sobrevivência desses seres vivos fica ameaçada porque eles são dependentes desses ecossistemas que foram montados e organizados em teias alimentares estabelecidas durante milhões de gerações que fizeram a história da evolução genética dessas espécies que vivem por lá há milhões de anos, sendo por isso ecossistemas muito complexos dos quais pouco sabemos como funcionam realmente. Por isso, o homem tem uma responsabilidade acrescida na saúde da biosfera e compreender quão complexas e intrincadas são essas teias alimentares que demoraram milhões de anos em evolução para serem o que são hoje em dia, serem da forma como nós avistamos esses seres vivos que lutam pela sobrevivência nessas florestas e nesses oceanos cheios de vida mas que é uma vida frágil perante ao avanço do homem no afã de conquistar mais territórios para si mesmo sobre esses ecossistemas naturais e com isso causando a destruição deles.
Neste sentido, a UNESCO lançou, em 1971, o programa internacional "O Homem e a Biosfera" para incentivar a cooperação entre os países no sentido de conhecer e encontrar formas de evitar a degradação da biosfera.[2]

 A Degradação da Biosfera

Com o avanço da ocupação humana sobre os mais diversos ecossistemas, várias têm sido as formas de impacto sobre o equilíbrio ecológico. Os seres vivos e o meio ambiente estabelecem uma interacção dinâmica, porém frágil. O grande dilema das sociedades modernas é conciliar o desenvolvimento tecnológico e a carência cada vez maior de recursos naturais com o equilíbrio da natureza.
A tentativa de conciliação ou harmonização começou a ser intensificada na década de 1980, quando se tornaram muito mais visíveis e preocupantes várias conseqüências da profunda interferência do homem na paisagem: o efeito estufa, as chuvas ácidas, as ilhas de calor nas cidades, o buraco de ozônio, a poluição dos oceanos, a grande extensão dos desmatamentos e extinção de espécies animais, o rápido esgotamento dos recursos não-renováveis, etc.

 O Desenvolvimento Sustentável

O desenvolvimento sustentável proposto desde então define-se pela continuidade dos investimentos econômicos, das pesquisas tecnológicas e da exploração de matéria-prima, de tal forma que se leve em consideração não só o presente, mas também as gerações futuras. As diferentes nações têm procurado encontrar os meios de atingir a fórmula, como explorar sem destruir ou, pelo menos,  A Degradação das Florestas
A degradação ambiental pode ser das formações vegetais, como a destruição das florestas. Quando os portugueses chegaram ao Brasil, 61% das terras que hoje pertencem ao nosso país eram cobertos por matas. No Brasil, a preservação ambiental ocupa um espaço cada vez maior nos meios de comunicação que veiculam quase diariamente materiais de esclarecimento, alerta e denúncia sobre o assunto. Vários movimentos organizados, como o "S.O.S Mata Atlântica" trabalham em prol da defesa das florestas brasileiras. Quando há o rompimento do equilíbrio natural (o desmatamento das florestas) rompem-se a relação vegetação/solo que possibilita o desenvolvimento da vida vegetal e animal.

 A Degradação dos Ecossistemas Marinhos

Além de reunir ecossistemas riquíssimos, os oceanos funcionam como fonte de alimento e de trabalho para milhares de pessoas em todo o mundo. Um dos principais problemas que atinge os ecossistemas próximos ao litoral, como mangues e os pântanos, é a grande concentração populacional ao longo da costa em vários países.
No caso dos recifes de coral, sua destruição é provocada pela exploração de mergulhadores, que retiram material para colecionar e vender, mas, principalmente, pela poluição das águas dos próprios oceanos. Outro fenómeno recente é o branqueamento dos corais, que é atribuído ao aquecimento global.
Mais de 80% da poluição oceânica vem do continente, trazida pelos rios, chuvas e ventos. Entre os principais poluentes, estão: agrotóxicos utilizados em plantações; plásticos, latas, metais, madeiras, resíduos industriais como metais pesados (chumbo, mercúrio, cobre, estanho); esgotos lançados sem tratamento, principalmente em países mais pobres e povoados do Terceiro Mundo.
Mas também há contaminação devida às actividades humanas no mar: óleo e petróleo derramado devido a acidentes com navios-tanques, rompimentos de dutos e emissários submarinos, lixo radiativo depositado por alguns países no fundo do mar e materiais de pesca.
Muitos desses poluentes trazem conseqüências devastadoras para a cadeia alimentar marinha. Peixes e outros animais contaminam-se com pesticidas, resíduos industriais, o que é repassado a diante para outros animais da cadeia, de maneira que o próprio homem acaba ingerindo peixes e mariscos contaminados.
O esgoto e o escoamento da área cultivada levam às águas oceânicas grande quantidades de nitrogênio e fósforo presente em detergentes e fertilizantes. Esses elementos aumentam a quantidade de algas principalmente nas regiões costeiras. Seu grande crescimento diminui o nível de oxigênio da água, sufocando as demais espécies.